quarta-feira, 20 de outubro de 2010

MARINEIROS COM DILMA



 
 
Estivemos com Marina Silva no primeiro turno, porque buscamos uma alternativa política para o Brasil capaz de afirmar uma conduta pública
marcada pela ética na política, em favor de uma política econômica que
supere definitivamente a miséria e a concentração de renda e que
redirecione o próprio modelo social com base na sustentabilidade. Nos
orgulhamos de uma campanha que ofereceu uma contribuição efetiva ao País
e que, mesmo com um tempo mínimo de propaganda eleitoral no rádio e na
TV, conseguiu enfrentar as máquinas eleitorais montadas com o apoio do
Estado, dos partidos tradicionais e do grande capital.

A votação recebida por Marina Silva expressa, basicamente, um claro sinal
de que parcelas expressivas da população não toleram mais o jogo de cena,
as alianças sem programa, os acordos que visam apenas a repartição do
poder, a corrupção endêmica que abala as instituições, o oportunismo
eleitoral e a demagogia que amesquinham a própria política. Os quase 20
milhões de votos que alcançamos sinalizam, ainda, que o Brasil precisa de
uma agenda sócio-ambiental séria e que este tema, antes circunscrito a
pequenos grupos de ativistas ambientais e à intelectualidade, já possui
apelo popular entre nós.

Por conta de tudo aquilo que a candidatura de Marina Silva
representou, vivemos a generosa experiência da militância de
centenas de milhares de apoiadores em uma campanha que nos ofereceu
de volta o espaço da paixão pelas ideias, ao invés da promessa de
cargos ou de qualquer expectativa de benefício pessoal. Talvez por
conta disso, enfrentamos o sectarismo de muitos que se julgam o
“sal da terra” e mesmo Marina – que jamais agrediu ou desrespeitou
seus adversários – foi tratada primeiro com desprezo, depois com a
costumeira intolerância que acompanha a trajetória da antiga
esquerda como uma sombra.

No próximo dia 31, entretanto, esta antiga esquerda se defronta nas
urnas com a antiga direita. Melhor seria para o Brasil que ambas as
posições tivessem avançado em seus pressupostos e firmado compromissos
mais nítidos em torno de programas de governo. Como se sabe, este não
foi o resultado do processo eleitoral. Pelo contrário, somos testemunhas
de uma  radicalização da disputa, marcada por acusações, boatos e
calúnias.  A candidatura de José Serra, neste particular, tem se
mostrado insuperável e é repugnante que tenha transformado o preconceito
em seu principal aliado.

Ao mesmo tempo, é preciso afirmar um caminho que aponte para um futuro de
mais inclusão social e de maior sensibilidade com a realidade dos milhões
de brasileiros que seguem à margem da própria cidadania. Entendemos que
um eventual governo da coligação PSDB-DEM afastaria o Brasil destes
grandes desafios, privilegiando os compromissos do “Estado Mínimo” e o
discurso repressivo do tipo “Lei e Ordem”. Por isso, a opção representada
por Dilma nos parece a mais adequada para impedir um retrocesso histórico
cuja conta será paga pelos mais pobres.  No mais, a resposta oferecida
por Dilma ao documento enviado por Marina às duas candidaturas que
disputam o segundo turno foi a que mais se aproximou das nossas
propostas, o que autoriza a expectativa de que Dilma deverá incorporar em
seu governo vários dos compromissos da agenda sócio-ambiental que
defendemos.

Com base nesta avaliação, conclamamos todos os que apoiaram
Marina a uma participação ativa nesta reta final da campanha em
favor da candidata Dilma Rousseff.


Luciano Zica, Ex-Deputado Federal por São Paulo
Marcos Rolim, Ex-Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul
Pedro Ivo Batista, Coordenador da Rede Brasileira de Ecossocialistas
Guto Gomes, Membro do Fórum de ONGs de Ambientalistas do Distrito Federal
João Francisco, Mestre em Ciência Política e Fundador do Movimento Extramuros


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