terça-feira, 30 de março de 2010

A Democracia Racial Reabilitada*

A Democracia Racial Reabilitada*

Kleber Chagas CerqueiraKleber Chagas Cerqueira, Professor de História e Consultor Legislativo da Câmara Legislativa do DF

kleberch@gmail.com

A edição da “revista Veja” de 6 de junho traz, como matéria de capa, um virulento ataque às políticas afirmativas, em especial às cotas para negros nas universidades. Como gancho a história dos gêmeos Alex e Alan, um aceito, outro rejeitado na cota racial estabelecida pela Universidade de Brasília para inscrição para seu vestibular. A indignação contra o erro da banca examinadora da UnB serviu para reforçar o combate feroz, a verdadeira cruzada que vem mobilizando setores conservadores contra as ações afirmativas e suas políticas de inclusão social.
A comparação que a revista faz dessas políticas com o nazismo e o apartheid é de um cinismo e de um mau-caratismo sem limites: iguala políticas de discriminação odiosas com ações afirmativas; políticas feitas para afastar e impedir acesso a direitos com outras voltadas à inclusão social, a assegurar direitos historicamente negados.
Os democratas raciais anti-cotas estão muito preocupados com a “barbárie segregacionista” que as políticas afirmativas podem provocar. Mas eles se preocupam à toa: a barbárie segregacionista já existe em nosso país há séculos, e é deprimentemente confirmada a cada nova pesquisa do IBGE. Ela está escancaradamente estampada nos indicadores do mercado de trabalho, da violência urbana, do acesso à saúde e à educação.
Afirmam também os democratas raciais que a ciência já provou que raças humanas não existem, como se racismo precisasse de apoio científico para acontecer.
Preocupam-se também com as conseqüências legais de ações afirmativas, que, ao tratarem desigualmente brancos e negros, estariam ferindo nossa Constituição. Mas, como diz um de nossos maiores juristas, “como as leis nada mais fazem senão discriminar situações para submetê-las à regência de tais ou quais regras (...) é preciso indagar quais as discriminações juridicamente intoleráveis”.
A prova dos nove das reais intenções dos que combatem as políticas de cotas são as sugestões que comumente oferecem como alternativa à “barbárie segregacionista”. A principal delas, uma educação pública de qualidade, que promova “oportunidades iguais para todos”. Sem perder tempo com o fato de que nenhum dos proponentes desse caminho coloque seus filhos na escola pública, dispondo-se a batalhar concretamente pela sua melhoria, vamos apenas citar um belo manifesto em defesa da educação pública de qualidade:
“A educação nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes, assume, com uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar ‘a hierarquia democrática’ pela ‘hierarquia das capacidades’, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se abrem as mesmas oportunidades de educação. (...) montada, na sua estrutura tradicional, para a classe média (burguesia), enquanto a escola primária servia à classe popular, como se tivesse uma finalidade em si mesma, a escola secundária ou do 3º grau não forma apenas o reduto dos interesses de classe, que criaram e mantêm o dualismo dos sistemas escolares”.
Trata-se do “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova”, de 1932, assinado, entre outros, por Anísio Teixeira, Roquette Pinto e Fernando de Azevedo. Como se vê, a preocupação com a melhoria da educação pública e com a igualdade de oportunidades em nosso país tem, pelo menos, setenta e cinco anos (na verdade mais que isso), e a “democracia racial” e a “igualdade de oportunidades” estão como estão em nosso belo país mestiço de universidades brancas, tribunais brancos, generalato branco, cardeais brancos e executivos brancos.
Talvez a esperança dos nossos democratas raciais anti-cotas seja que em mais setenta e cinco anos as coisas andem mais um pouquinho e eles possam escrever um novo manifesto em defesa da escola pública com algumas propostas diferentes das escritas em 1932.
A novidade hoje é que os ideólogos da democracia racial, que já foram mais comedidos e circunspetos entre nós, agora são militantes engajados. Escrevem livros, artigos em profusão e condenam essa “mania de macaquear os Estados Unidos”, querendo importar de lá políticas que têm a ver com a realidade deles (escravidão violenta, segregação explícita, etc.) não com a nossa que, como sabemos desde Gilberto Freyre, foi de uma escravidão patriarcal, quase boazinha, que produziu um carnaval racial do qual todos nos orgulhamos. Sem perder tempo em mostrar o quanto a visão freyreana do Brasil é pra inglês ver, registra-se apenas que, por esse argumento de não macaquear, podemos acabar condenando o sindicalismo e outras formas de luta de classes, achando que isso é coisa de europeu.
O que toda ideologia faz é, a partir de elementos da realidade, conformar uma visão de mundo convincente, capaz de justificar aquela realidade. Com o mito da democracia racial brasileira não é diferente. O maior furo desta ideologia, porém, é que ela se baseia quase que exclusivamente em opiniões e teorias, faltando-lhe sempre os elementos de realidade. Os poucos que sempre aparecem são as exceções, quase caricaturais, inevitavelmente soterrados pelas estatísticas de nossa sociedade.
Mas seu maior perigo é onde tal ideologia nos leva: na desmobilização de questões substantivas da democracia contemporânea e no apego a jargões iluministas, do tipo “todos são iguais perante a lei”, que se encontra em quase todas as Constituições do mundo desde o século XIX, sem que os verdadeiros democratas tivessem podido abaixar suas bandeiras um segundo sequer, julgando estar tudo resolvido.
Em tempo; o artigo 179, inciso XIII, da Constituição de 1824, do Império brasileiro, tinha a seguinte redação: “a lei será igual para todos, quer proteja, quer castigue, e recompensará em proporção dos merecimentos de cada um”. Só que uns eram mais iguais do que outros, coisa que, felizmente, graças aos militantes da democracia racial anti-cotista, não existe mais em nosso país.
*A inspiração deste artigo é o livro do historiador baiano Jacob Gorender, “A Escravidão Reabilitada”, cuja leitura é indispensável para compreender a fundo o que se esconde sob a ideologia da “democracia racial brasileira”. O artigo é uma homenagem a um dos maiores estudiosos do “escravismo colonial” brasileiro, título de sua obra magna, um clássico da historiografia nacional.

**Ver o pequenino e monumental “Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade”, de Celso Antonio Bandeira de Mello.

A ignorância ilustrada da mídia anti-Lula: quem aqui é estalinista?

A ignorância ilustrada da mídia anti-Lula: quem aqui é estalinista?


O jornalista Adalberto Piotto, da CBN, soltou uma recente declaração, em conversa no ar com a colega Rosean Kennedy, por volta das 14h40 de 25/3/2010, que é mais uma pérola do que a má vontade política ou o cacoete oposicionista pode trazer de prejuízo a um jornalismo decente.

Repercutindo as declarações do Presidente Lula sobre suposta má fé da imprensa brasileira na cobertura dos feitos do seu governo, Piotto terminou seu comentário dizendo que “depois o Presidente reclama quando lhe acusam de estalinista”.

Ora, o Presidente Lula externou sua opinião aberta e publicamente, pra quem quiser ouvir, e pra quem quiser repercutir fazê-lo à vontade, como o fizeram Piotto e os grandes meios de comunicação nacionais, aliás com manchetes de capa.

Isso é o oposto do estalinismo!

Sob o regime totalitário de Stalin, na antiga URSS, como sabe qualquer estudante de ensino médio, não havia liberdade de expressão, nem de organização e nem de participação. Era uma ditadura de partido único, com censura generalizada, sindicatos atrelados ao Estado e perseguição implacável de opositores. São famosos, a esse respeito, as deturpações da história, como as adulterações descaradas de fotos e outros documentos – para eliminar do passado a presença de opositores do governo –, e o extermínio físico desses opositores, inclusive de toda a velha guarda do partido bolchevique, nos famigerados “Processos de Moscou”.

Não havia também qualquer liberdade de imprensa e um dos únicos canais de que a população soviética dispunha para se informar sobre os acontecimentos do país e do mundo era o jornal estatal “Pravda”, que, pra quem não sabe, significa “verdade” em russo.

O destempero com que a grande mídia brasileira costuma receber as críticas que lhe são feitas faz pensar que o sonho dos seus proprietários e serviçais é ver suas publicações estamparem verdades tão incontestáveis como as do velho diário soviético. Como fizeram na era tucana, quando a privatização e o Estado mínimo se tornaram a panacéia que só os estúpidos da esquerda não aceitavam. Provavelmente, se expusessem seus mais íntimos desejos, seus veículos se denominariam “Pravda de São Paulo”, “Rede Pravda”, “PraVejada”, “CBNPravda”, e por aí vai...

Com esse tipo de “jornalismo” cada vez mais a tese de Paulo Henrique Amorim, sobre a existência no Brasil de um PIG (Partido da Imprensa Golpista) vai encontrando comprovação empírica para se tornar uma constatação científica.

Em tempo: quando Lula fundou o PT em 1980, explodia na cidade portuária polonesa de Gdansky, um forte movimento operário, liderado por Lech Walessa, de contestação da ditadura totalitária (satélite da URSS) do governo do general Yaruselsky, com ousadia para fundar um sindicato independente: o Solidariedade. O PT foi o primeiro partido brasileiro, e por muitos anos o único, a apoiar essa luta.

Uma mídia que se encaixa tão perfeitamente no figurino do Cidadão Kane, de Orson Wells, não devia ficar muito horrorizada com o legado do estalinismo. E deveria lavar a boca antes de imputá-lo a qualquer um.

Kleber Chagas Cerqueira

INEP AMEAÇA ENTRAR EM GREVE!

EDUCAÇÃO

Inep ameaça entrar em greve

De olho nos problemas do Enem, servidores dizem que vão parar se Planejamento não mudar a estrutura de carreira

· Luiza Seixas Correio Braziliense 30 de março de 2010

A forma de pressão que os servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) encontraram para fazer valer suas reivindicações foi mirar o calcanhar de aquiles do próprio órgão e — de certa forma — do Ministério da Educação: os problemas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Caso não consigam negociar em reunião amanhã com o Ministério do Planejamento uma forma de reestruturar a carreira, os funcionários sinalizam com uma greve ainda esta semana. “A gente já está no processo de capacitação dos elaboradores das questões do Enem. Então, se não conseguirmos negociar, vamos parar tudo. Os milhões de brasileiros poderão ter novamente problemas com o Enem, semelhantes aos que aconteceram com o vazamento de 2009”, explicitou, com todas as letras, Maria Vilar, representante da Comissão Permanente de Servidores do Inep. “As pesquisas e avaliações realizadas por nós são indispensáveis para garantir educação de qualidade a todos. Mas isso tudo vem sendo realizado com um quadro de servidores extremante reduzido”, completou.
Desde maio do ano passado, os servidores realizam reuniões com o ministério para debater um melhor plano de carreira. De acordo com a presidente da Associação dos Servidores do Inep, Jovina da Costa, comparado com os planos de qualquer outro órgão de pesquisa, o do Inep apresenta os menores salários, tem as mais baixas gratificações e retribuições por titulação e é o mais longo. “Nós temos um plano com 24 padrões, em que esperamos 30 anos para chegar ao topo da carreira, enquanto outras carreiras conseguem alcançar o último degrau com 15 anos. Além disso, é importante realizar uma mudança na tabela salarial. As pessoas que entram hoje ganham muito mais do que aquelas que estão há anos. Isso não é justo. Ou igualamos ou mudamos essa forma”, explicou.

Jovina disse ainda que o ministério “vem empurrando com a barriga a negociação” e, por isso, o instituto está perdendo servidores. “Cerca de 40% do nomeados no último concurso já saíram ou nem quiseram tomar posse, pois não têm uma segurança ou atrativo para continuar”, completou.

O erro no plano de carreira foi reconhecido pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva. Ele afirma que uma carreira com 24 posições, sendo que a maioria possui 20, é injusta. Mas explica que reduzir esse número, da forma como está sendo proposto pelos servidores, é impossível. “Eles estavam defendendo 12 posições e depois apresentaram uma contraproposta com 15. Mas não temos como aceitar fazer uma carreira em que o topo dela são 15 anos de serviço.” E concluiu: “Tem que ter um meio-termo”.

sábado, 27 de março de 2010

Apague a luz por um mundo melhor!

Sábado, 27 Março de 2010


Apague a luz por um mundo melhor



Hoje, às 20h30, vamos apagar a luz durante uma hora para apoiar o combate ao aquecimento global.

A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é uma iniciativa da WWF, organização não-governamental, para conscientizar o mundo sobre as mudanças climáticas.

Em 2009, milhões de brasileiros apagaram as suas luzes e mostraram sua preocupação com o aquecimento global. No total 113 cidades brasileiras, incluindo 13 capitais, participaram da Hora do Planeta 2009.

Monumentos como o Cristo Redentor (RJ), a Ponte Estaiada (SP), o Congresso Nacional (DF) e o Teatro Amazonas (AM) ficaram no escuro por sessenta minutos.

Faça parte você também dessa luta! Convide todos os seus amigos e familiares a apagarem suas luzes por um mundo melhor. Vamos tornar o movimento de 2010 ainda maior.

Visite o site http://www.horadoplaneta.org.br e participe!

por Mulheres com Dilma

quarta-feira, 24 de março de 2010

Banda larga de Norte a Sul! Isto é INCLUSÃO!!!!!!!!

A ministra Dilma começa hoje a discutir com os presidentes das concessionárias de telefonia fixa a ampliação do programa de internet de banda larga nas escolas públicas rurais. Iniciado em abril de 2008, o programa Banda Larga nas Escolas já garante conexão gratuita à internet de 43.000 educandários urbanos, deverá atingir 65.000 até o fim deste ano, beneficiando aproximadamente 37 milhões de estudantes, e o governo pretende estendê-lo para 80.000 escolas rurais.
As empresas defendem que o atendimento às escolas rurais faça parte do Plano Nacional de Banda Larga que o governo está preparando e cujos princípios serão anunciados na segunda-feira, como parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As diretrizes do plano, contudo, serão detalhadas em reunião do presidente Lula com dez ministros, em 5 de abril.
Técnicos das operadoras dizem que a ampliação do programa de internet gratuita para as escolas rurais terá que vencer, especialmente, o desafio representado pela carência de infraestrutura, já que as escolas estão distantes umas das outras, em regiões onde ainda não há capilaridade da rede. As operadoras estimam que a ligação de uma escola rural com banda larga custará três ou quatro vezes mais do que a conexão de uma escola urbana. O atendimento rural deverá ser sem fio, utilizando transmissão por satélite ou radiofrequência, similar às da telefonia celular.
Fonte: Brasília Confidencial
por Mulheres com Dilma

segunda-feira, 22 de março de 2010

Nassif: A guerra política sem quartel

16 de março de 2010 às 19:37

Nassif: A guerra política sem quartel

por Luis Nassif, em seu blog
No dia 29 de dezembro passado recebi  e-mail de um leitor, com informações sobre a guerra política a ser deflagrada este ano pela Internet.
Segurei as informações que me foram passadas, até ter uma ideia mais clara sobre os desdobramentos e conferir se as informações se confirmariam. Aparentemente estão se confirmando.
No final do ano passado, a FSB – empresa de assessoria de comunicações – foi incumbida pelo governador José Serra de preparar a guerra política na Internet, especificamente nas redes sociais. A empresa tem um contrato formal com a Sabesp e, aparentemente, outro com a Secretaria de Comunicação. Pensou-se em um terceiro contrato, com o Centro Paula Souza. Debaixo desses contratos, encomendou-se o trabalho.
Houve reunião em Brasília e a coordenação foi entregue ao jornalista Gustavo Krieger.
A primeira avaliação foi a de que a campanha anterior, pela Internet, tinha sido muito rancorosa e afastado o eleitorado. A nova estratégia consistiria em desviar os ataques para blogs críticos de Serra. Inicialmente, definiram-se quatro blogs: este, o do Paulo Henrique, o do Azenha e o da Maria Frô. Pessoas que tiveram acesso às informações da reunião não conheciam o da Maria Frô e estranharam sua inclusão. Mas quem incluiu conhecia.
Indaguei se, eventualmente, não poderia ser um monitoramento das análises, para se produzir argumentos contrários. Mas a fonte me garantiu que a ideia seria preparar ataques contra os quatro blogs através de um conjunto de blogueiros e twitteiros arregimentados na blogosfera: os «mercenários», como a fonte os definia.
O trabalho preliminar teria doze pessoas de escritórios de diferentes lugares do país. Durante o ano, a equipe seria enxugada, mas seriam mantidas cinco pessoas permanentemente dedicando-se à ofensiva contra esses blogs e outros que estavam em fase de avaliação. Haveria também a assessoria do ex-chefe de gabinete da Soninha – que está sendo processado por montar sites apócrifos injuriosos – e que se tornou o twitteiro de Serra.
Coloco a nota “em observação” porque, antes, busquei informações sobre Krieger e recebi avaliações positivas dele. Fica a ressalva.
Mas movimentações recentes em Twitters e Blogs indicam uma grande coincidência com o que me foi relatado. Especialmente o fato de parte relevante dos ataques contra os demais blogs estarem sendo produzidas justamente pelo assessor de Serra.
Lembro o seguinte: uma hora a guerra acaba. Passadas as eleições, os comandantes ensarilharão as armas e celebrarão a paz. Sobrará para os guerreiros contratados, que poderão ter sua imagem manchada indelevelmente. E, especialmente, para quem trabalha com comunicação corporativa.
PS: O Viomundo sente-se honradíssimo de figurar na lista dos blogs e sites a serem atacados.

sábado, 20 de março de 2010

Olá Companheiros!

Amanhã, domingo, dia 21, em Brasília vamos escolher o candidato a Governador de Brasília, Magela ou Agnelo!
Vamos todos não esqueçam a carteirinha de filiado!
Cordialmente
Teresa

Mais um presente no aniversário de Serra!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer?

O PT é um partido sem mídia...

O PSDB é uma mídia com partido...



Mauro Carrara



“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.



A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.



Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.



A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.



A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.



As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.



1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.



2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.



3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.



4) Elevar o tom de voz nos editoriais.



5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.



6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.



7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.



8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.





Quem está por trás



Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.



É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.



A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.



Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.



O conteúdo



As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.



Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.



Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.



Criam deturpações numéricas.



A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.



Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.



O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.



Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.



A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.



A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.



Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.



É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.



Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.



É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.



Crimes anônimos na Internet



Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.



Três deles merecem destaque...



1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.



2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.



3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.



O que fazer



Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.



Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.



Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.



São cinco as tarefas imediatas...



1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.



2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.



3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.



4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.



5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.



A guerra começou. Não seja um desertor.



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Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer?